A ideia de contar a história do automobilismo a partir das estórias dos grandes pilotos é um pretexto para lembrar a melhor época do esporte e também para mostrar para as gerações mais novas as emoções que vivemos acompanhando as corridas.
Nota: Como amadores, pesquisamos sobre o homenageado na internet e em publicações especializadas e lamentamos não haver unanimidade nas informações e datas, podendo ocorrer algumas imperfeições no texto. Por isso, publicamos todas as fontes no final para eventuais pesquisas complementares dos interessados.
Abrimos a série com José Carlos Pace, o “Moco”, e agora homenageamos Emerson Fittipaldi, piloto brasileiro pioneiro no lugar mais alto do automobilismo, um ídolo vivo e ativo.
Livio Oricchio, exímio jornalista de automobilismo, compartilha “A história do automobilismo brasileiro contada por campeões do passado” no http://esportes.estadao.com.br/noticias/geral,a-historia-do-automobilismo-brasileiro-contada-por-campeoes-do-passado-imp-,981245
Esse grupo que fez do Brasil o ‘País da Velocidade’ reconhece que foi a falta de recursos que o lapidou. E é justamente nesse meio tempo que está a nossa homenagem ao Fittipaldi, Emerson, Emmo, Rato . . . o pole position dos grandes campeões!
Na “II Mil Milhas”, em 1957, o “Barão” atendeu o insistente Emerson e conseguiu a primeira volta dele num carro de corrida em Interlagos, “sentado no tanque de gasolina da carretera do José Asmuz”.
Aos 14 anos, cuidava de sua moto 50cc e do kart do irmão. Foi nessa época que Emerson ganhou o apelido de “Rato” por ficar “zanzando” com a caixa de ferramentas pelo box.
Emerson fez sua estreia no automobilismo numa prova de estreantes, no início de 1965, na equipe Willys. Sua carreira como piloto profissional começou num Renault 1093, em uma competição na Ilha do Fundão, pelo Campeonato Carioca. Entre muitas competições, foi o grande destaque nas Mil Milhas de 1966 pilotando o Malzoni #7 com Jan Balder.
Trabalharam para andar entre os 10 primeiros. Bem menor do que as poderosas carreteras, não só andaram entre os 10 primeiros como disputaram a liderança ainda de madrugada. Quando amanheceu, Emerson liderava a prova, mas um pistão quebrou a três voltas do final. Vitória de Camillo Christópharo e sua carretera amarela #18, tornando Emerson e Jan os “campeões morais” daquela corrida!
Logo veio a equipe Dacon com seus Karmann Ghia/Porsche para rivalizar com a Willys e com a Vemag com pilotos como Wilsinho Fittipaldi, José Carlos Pace, Chiquinho Lameirão e Emerson Fittipaldi.
A perspectiva de ir para a Inglaterra motivava Emerson para correr nas pistas dos seus ídolos Jim Clark. Graham Hill e Jack Brabham. Vendeu tudo o que podia, inclusive os carros da Fórmula Vê e sua parte na sociedade da fábrica de volantes e rodas. Foi para a Inglaterra em 1969 onde, com a ajuda do amigo Jerry Cuningham, comprou um carro da Fórmula Ford inglesa. E, para ter o motor, trabalhou para o preparador Dennis Rowland.
Morando numa pensão, trabalhando em uma oficina e pilotando seu Fórmula Ford, Emerson estreou em abril, participou de 10 corridas e despertou o interesse do descobridor de talentos Jim Russel que o levou para sua equipe na Fórmula 3 onde correu no segundo semestre do mesmo ano. Venceu 8 das 10 corridas sagrando-se campeão aos 22 anos!
A história do Brasil na Fórmula 1 começou com Emerson estreando no Grande Prêmio da Inglaterra, em Brands Hatch, no dia 19 de julho de 1970. Mesmo largando nas últimas posições, terminou a prova em oitavo e iniciou sua saga disputando 144 corridas, conquistando 14 vitórias e 6 poles. Marcou 281 pontos e conquistou dois títulos: 1972 pela Lotus e 1974 pela McLaren.
Três semanas depois, em Hockenheim, marcaria seus primeiros pontos, com um 4º lugar.
A partir da 10ª etapa, a Lotus evoluiu para o modelo 72C e a 12ª etapa trouxe a primeira vitória, no GP dos Estados Unidos, na pista de Watkins Glen.
No final daquele ano, em Monza, seu companheiro de equipe, o austríaco Jochen Rindt, pediu que Emerson amaciasse seu carro para o treino de classificação. Emerson e Rindt tornaram-se amigos desde o primeiro teste de Emerson na Lotus, em Silverstone, quando Rindt era quem sinalizava para Emerson com placas. O brasileiro foi para a pista com a Lotus ‘zerada’ de Rindt e, ao checar o retrovisor, perdeu o ponto de freada na Parabólica destruindo o carro do companheiro. Como Rindt liderava o campeonato, Emerson não participaria da corrida e seu carro serviria Jochen Rindt.
Na classificação, na mesma curva, o semieixo da Lotus quebrou lançando o carro para fora da pista. O piloto austríaco faleceu num acidente que poderia ter matado Fittipaldi. A Lotus, de luto, retirou-se por duas corridas e voltou no penúltimo GP da temporada, em Watkins Glen, nos Estados Unidos, onde o brasileiro venceria sua primeira corrida e daria o único título póstumo da categoria ao austríaco.
Em 1971, mesmo com 3 pódios, Emerson não venceu na Fórmula 1. Uma de suas corridas mais marcantes ocorreu no Grande Prêmio da França. Emerson largou na décima sétima posição e chegou em terceiro.
Principal piloto da Lotus, Emerson iniciou a temporada de 1972 como um dos favoritos. O já bicampeão Jackie Stewart, da Tyrrell, e o belga Jacky Ickx, da Ferrari, despontavam como os principais rivais do brasileiro. Com apenas 25 anos, Emerson venceu 5 das 12 corridas da temporada e tornou-se o campeão mundial mais jovem da história da Fórmula 1. Um recorde que manteve por mais de três décadas e que só foi quebrado em 2005, pelo piloto espanhol Fernando Alonso.
Em Monza, a duas corridas do fim da temporada, Emerson contou com muitos fatores para lapidar seu primeiro campeonato. Na quarta-feria anterior ao GP, o caminhão da equipe tombou e destruiu a Lotus de Emerson. Muito trabalho na reconstrução e algumas discussões com Colin Chapman resultaram em apenas um carro para Emerson chegar, no mínimo, em 4º lugar.
No dia da corrida, um mecânico notou um vazamento de gasolina que obrigou a troca do tanque de combustível a poucos minutos da volta de apresentação. Largou na 3ª fila, em 6º lugar, de onde via os carros de Jacky Ickx, Chris Amon, Jackie Stewart, Clay Regazzoni e Denny Hulme, ao seu lado e que também poderia ser campeão.
Emerson correu concentrado e não se deixou levar por eventuais empolgações como a possibilidade de ultrapassar a Ferrai de Jacky Ickx que liderava a corrida até que, na 46ª de 55 voltas, o motor da Ferrai fundiu para Emerson assumir a liderança da prova e do campeonato, sagrando-se CAMPEÃO MUNDIAL DE FÓRMULA 1 !
“Eu morava na Suíça e o título foi no Grande Prêmio da Itália, em Monza. Cheguei em Lausane entre 6h30 e 7h da manhã e eu parei numa esquina. Tinha uma banca de jornal e tava escrito assim na primeira página da Tribune de Lausane, em francês: ‘Fittipaldi champion de monde’. Falei… nossa! Sou eu! Foi a primeira vez que vi meu nome com o título de campeão mundial.”
“Fui falar com meu pai e meu irmão porque naquela época tinha um risco muito alto de acidente. Aí olhei para eles e falei, ‘vou abandonar’. O que eu quero mais na vida? Meu pai e meu irmão falaram e eu nunca mais esqueci: ‘É um desperdício de talento. A idade que você tá, o talento que você tem. Como vai abandonar um esporte que você tá no topo?’ Foi o conselho deles que me fez continuar.”
“Passei por muitos traumas e não queria continuar me arriscando. Você saía de casa na quinta, mas não sabia se voltaria no domingo. A F-1 tinha uma média de um piloto morto por ano. A outra vez que pensei em parar foi em 1973, quando morreu o François Cevert.”
A temporada de 1973 foi intensamente disputada pelos pilotos da Tyrrrel, Jackie Stewart e Ronnie Peterson devidamente desafiados por Emerson Fittipaldi e sua Lotus. Além disso, Emerson tinha uma disputa interna com o sueco Ronnie Peterson.
Emerson começou o campeonato em grande estilo, com seis pódios consecutivos (três vitórias: Argentina, Brasil e Espanha) mas Stewart acabou se recuperando e fechou o ano com cinco triunfos (África do Sul, Bélgica, Mônaco, Holanda e Alemanha). Emerson, aliás, estagnou nas três vitórias e viu Peterson vencer quatro GPs (França, Áustria e Itália e EUA), sendo as duas primeiras sem que o brasileiro tivesse pontuado.
Moco também correu de Surtees, mas abandonou, assim como Wilsinho Fittipaldi, de Brabham.
Emerson foi vice-campeão num ano intensamente disputado por Lotus e Tyrrell, e com apenas a McLaren também vencendo com Denny Hulme na Suécia e Peter Revson na Inglaterra e no Canadá.
A curiosidade dessa temporada ficou por conta do GP do Canadá, onde Emerson chegou em 2º lugar. Foi nessa corrida que aconteceu o primeiro Safety Car da Fórmula 1, um Porsche, necessário para a entrada na pista de uma ambulância pelo acidente entre Jody Scheckter e François Cevert. A falta de experiência posicionou o carro madrinha à frente do carro 25, de Howden Ganley, quando o correto seria ficar à frente do carro Nº 5, de Jackie Stewart, mas estava no box. Com isso, Jackie Oliver (Shadow), Revson e Beltoise se colocaram uma volta à frente dos demais, mas no fim do pelotão.
A temporada terminou tragicamente, com o acidente fatal de Cevert na última etapa, durante um treino para o GP dos Estados Unidos, em Watkins Glen.
A temporada de 1973 também foi marcante para Emerson fora das pistas: foi o primeiro piloto da história da F1 a assinar um contrato de mais de um milhão de dólares.
Emerson ajustou o cockpit da McLaren M23 e partiu para o campeonato 1974 onde obteve 3 vitórias (uma no Brasil!) e tornou-se bicampeão mundial de Fórmula 1. Até então, a McLaren nunca havia vencido um campeonato mundial.
A penúltima etapa, no Canadá, revelou mais uma genialidade de Emerson que estava com 3 pontos a menos que o ítalo-suíço Clay Regazzoni, da Ferrari. Nos treinos, Emerson teve dificuldade para aquecer os pneus naquele frio canadense e, sem tanta aderência, não conseguia ser rápido como queria nas curvas para alcançar os tempos da Ferrari.
Para o treino de classificação, Emerson pediu ao chefe de equipe, Teddy Meyer, que aquecesse os pneus até a hora do treino. Emerson já havia acertado o equilíbrio do carro e, com a equipe conseguindo os pneus pré-aquecidos, Emerson fez a pole. A partir disso, a McLaren desenvolveu uma engenhoca para aquecer os pneus antes dos treinos e das corridas. A descoberta de Emerson deu origem aos cobertores elétricos para aquecer pneus.
A temporada de 1974 foi tão disputada que 3 pilotos tinham chance de título até a última etapa. Emerson disputava o mundial diretamente com Regazzoni, e Jody Scheckter, sul-africano da Tyrell, corria por fora.
Na última etapa, “Moco” -o aniversariante do dia- trocou a pintura do seu capacete. Deu certo: chegou em 2º lugar, atrás de Reutemann e à frente de James Hunt. Emerson chegou em 4º e participou do pódio para comemorar seu bicampeonato.
A McLaren produziu um vídeo (de 3 min) para comemorar os 40 anos do segundo título de Emerson Fittipaldi e o primeiro dela. “His name is Emerson Fittipaldi” https://www.youtube.com/watch?v=wVErtMJRMc0
Em 1975, Emerson foi vice-campeão pela McLaren (Lauda foi o campeão). Emerson começou vencendo na Argentina, Pace venceu no Brasil e foi pole na África do Sul. Na 4ª etapa, em Barcelona, Emerson daria apenas a 1ª volta na pista de Montjuic e se retiraria da prova em protesto às condições de segurança daquele circuito. O que pareceu um tanto radical naquele momento, acabou se confirmando na volta 26 quando a Lola do alemão Rolf Stommelen perdeu o aerofólio, decolou sobre o guard-rail e matou 5 pessoas.
Lauda dominou as etapas seguintes até Emerson vencer a 10ª etapa, em Silverstone, no dia 19 de julho de 1975. Sua última vitória na F1 foi uma das corridas mais confusas da história. Emerson largou em 7º com sua McLaren. Na volta 19 começou a chover em Silverstone. Depois parou e, no final, caiu um temporal. A corrida ficou tão complicada que acabou com bandeira vermelha para os únicos 6 carros que ainda andavam na pista. Dobradinha de Emerson e Pace, que havia largado em 2º. Emerson só foi declarado vencedor da prova após duas horas do final, num pódio montado em cima de um caminhão.
Confira o resumo dessa estória em 3 minutos: https://www.youtube.com/watch?v=h9mXWqLjGd8
Emerson frequentou o pódio mais duas vezes na temporada e não renovou seu contrato com a McLaren. Com a saída de Emerson Fittipaldi, a abandonada McLaren se aventurou com James Hunt e a temporada de 1976 teve sua sensacional estória.
Emerson decidiu desenvolver a equipe brasileira com o irmão Wilsinho: a Escuderia Fittipaldi, conhecida como Copersucar-Fittipaldi, Skol-Fittipaldi e Fittipaldi Automotive.
Arte do ilustrador Ararê Novaes no blog
http://mauriciomorais.blogspot.com.br/2012/05/os-f1-da-equipe-fittipaldi-by-arare.html
O FD01, ou Fitti 1, um charutão que evoluiu até o FD04 estrear em 5º lugar no grid do GP Brasil de 1976, ano em que a Copersucar chegou 3 vezes em 6º lugar (EUA, Mônaco e Inglaterra) e somou 3 pontos. Emerson marcou um ponto a menos que o canadense Gilles Villeneuve, da Ferrari.
O grande momento da Copersucar aconteceu em 1978. Seu primeiro pódio veio com o segundo lugar no Grande Prêmio do Brasil (pela primeira vez em Jacarepaguá/RJ). A façanha coroou 3 anos de trabalho dos irmãos Fittipaldi e marcou a história do automobilismo brasileiro.
As esperanças para 1979 se dissolveram entre o já obsoleto modelo F5A e o F6 do ex-projetista da Lotus, Ralph Bellamy, tão bonito quanto difícil de controlar nas curvas. Nenhum ponto além do 6ª lugar na etapa de abertura, na Argentina, e adeus patrocínio da Copersucar. Emerson incorporou a equipe Wolf para alavancar tecnicamente o time para o ano seguinte.
Em março de 1980, na primeira etapa (GP da Argentina) o finlandês Keke Rosberg, 2º piloto da Skol-Fittipaldi, ao lado de Emerson, andou forte desde seu primeiro treino mas também fez o favor de destruir 2 carros e dar o maior trabalho para Wilsinho e sua equipe até a largada. Retribuiu chegando em 3º lugar, atrás somente de Alan Jones/ Williams e Nélson Piquet/ Brabham, mesmos pilotos e carros que disputaram o campeonato de 1980 (Jones campeão e Piquet vice).
Emerson subiu pela última vez ao pódio na F1 ao obter o terceiro lugar no GP dos Estados Unidos, em Long Beach, com Nelson Piquet conquistando a primeira vitória na categoria.
Em 1981, Emerson Fittipaldi assume a função de chefe de equipe do finlandês Keke Rosberg e do brasileiro Chico Serra. Mas, com equipamentos de segunda linha e pouco dinheiro, nenhum ponto foi marcado pela equipe nesse campeonato.
Os elevados custos da categoria dificultaram as coisas para a equipe, que fez em 1982 sua última temporada, com apenas um piloto, o brasileiro Chico Serra que conseguiu marcar um ponto no Grande Prêmio da Bélgica enquanto Keke Rosberg sagrou-se campeão na Williams.
Desde sua estreia no GP da Argentina de 1975, com Wilson Fittipaldi Jr, os 8 anos da Copersucar-Fittipaldi escreveram uma estória de sucesso onde a equipe:
• acumulou 3 pódios em 8 temporadas com 44 pontos em 104 grandes prêmios, desempenho acima da Jaguar, Prost e Sauber;
• reuniu talentos como o projetista Adrian Newey (atual Red Bull) e o engenheiro Jo Ramirez que coordenou diversas equipes e pilotos na F1;
• lapidou o talento de Keke Rosberg, que tornou-se campeão mundial em 1982.
As dívidas só deixaram Emerson voltar ao automobilismo em 1983, numa corrida de carros esportes do excêntrico panamenho Pepe Romero com quem assinou para correr as 4 primeiras etapas da Fórmula Indy 1984 pela WIT Racing.
A partir de 1985, Emerson disputou integralmente o campeonato e conquistou sua primeira vitória já naquele ano, em Michigan o que lhe rendeu contrato com a importante equipe Patrick Racing, colocando-se definitivamente junto a pilotos do calibre de Mario Andretti, Bobby Rahal, A.J. Foyt, Danny Sullivan, Rick Mears, Al Unser Jr. e companhia.
1986 foi mediano para Emerson, com apenas uma vitória no ano. Terminou o campeonato na 7ª colocação.
1987 foi melhor, com duas vitórias, assim como em 1988 quando conseguiu, também, o 2º lugar em Indianápolis. Outra vitória de Emerson foram os prêmios vultuoso$, coroando outra fase de êxito do experiente piloto.
O grande feito de Emerson na F-Indy aconteceu em 1989, na 73ª edição da maior corrida dos Estados Unidos: as 500 Milhas de Indianápolis! Largando em terceiro, ao lado de Rick Mears e Al Unser Sr, passou, abriu e com duas voltas já colocava uma distância impressionante para Mears, Unser e Mario Andretti. A 47 voltas do fim, Andretti, que vinha mais rápido havia algum tempo, passou e abriu certa distância. A sexta bandeira amarela da prova limitou a disputa pelo combustível e, na volta 198, Al Unser Jr encontrou trânsito e Fittipaldi conseguiu chegar. Emmo colocou o carro por dentro, Unser também foi para dentro, os dois tocaram pneus e o então líder do campeonato de 1989 estampou o muro. A bandeira amarela confirmou: pela primeira vez, Emerson, duas vezes campeão mundial de F1, vencia a Indy 500. Outro brasileiro no pódio foi Raul Boesel, que chegou em 3º.
Aos 43 anos, competindo com pilotos bem mais jovens, Emerson coroou novamente sua carreira, tornando-se o primeiro piloto estrangeiro a ganhar o título de campeão da Fórmula Indy. Mais ainda, Emerson faturou o campeonato antecipado, na penúltima etapa, vencendo o GP de Nazaré, sua 11ª vitória na categoria.
A conquista do campeonato rendeu um contrato com a equipe de Roger Penske que durou de 1990 a 1995.
Emerson encerrou sua participação na categoria em 1996, depois de um grave acidente provocado pelo canadense Greg Mooreno circuito oval de Michigan, prova vencida pelo brasileiro André Ribeiro.
Foi no dia 28 de julho, foi em Michigan, foi com Emerson Fittipaldi e foi na Fórmula Indy. Em 1985, a primeira vitória. Em 1996, a última corrida.
13 anos na categoria, 22 vitórias e 17 pole positions.
Com tudo isso, pode-se dizer que Emerson começou entre motos e carros envenenados, fabricou volantes esportivos, karts e carros de corrida, correu e venceu, foi para a Europa, correu e venceu, foi para a América, correu e venceu até o piloto devolver a posição de homem de negócios para si mesmo.
Tornou-se embaixador da marca Chevrolet no Brasil, assinou uma edição especial do Omega em 2011, realizou salões de motos e carros, montou a categoria A1GP, entre tantas outras atividades e sempre que pode, o piloto rouba a cena e volta a atuar. Afinal, Emerson nunca se afastou das pistas.
Desde 2006, correu na GP Masters (exclusiva para ex-pilotos de F1 como Nigel Mansell, Ricardo Patrese, René Arnoux, Andréa de Cesaris, Jacques Laffitte, Derek Warwick e Alan Jones), disputou provas da GT3 Brasil e, principalmente, disputou a Le Mans 6 Horas de São Paulo correndo pela Ferrari, em Interlagos. Inspirado pelo amigo e ator Paul Newman que venceu as 24 Horas de Daytona aos 70 anos, em 1995, Emerson estava de volta aos 67 anos e em grande estilo, a bordo da Ferrai 458 Italia.
Com tantos anos de atividade nas pistas, Emerson teve o prazer de fazer algumas merecidas viagens no tempo. Em 2002 Emerson pilotou a Lotus 72 do seu primeiro campeonato de F1:
Em 2010, Emerson voltou a pilotar uma Lotus, só que da nova geração e reviveu a sensação de acelerar no limite.
Reportagem do “Esporte Espetacular” com Emerson Fittipaldi na Lotus 2010 em Paul Ricard: https://www.youtube.com/watch?v=SMN2M2vu6qA
Outra emoção revivida por Emerson foi o reencontro com o carro com o qual quase ganhou as Mil Milhas de 1966, correndo em dupla com Jan Balder numa das edições mais dramáticas da história da prova.
Entre amigos e heróis, Emerson relaciona desde Tazio Nuvolari, o chamado “mantuano voador” das décadas de 1920 e 1930 (pela Bugatti, Alfa Romeo, Maserati e Auto Union) e descrito por Ferdinand Porsche como “o maior piloto do passado, do presente e do futuro” até George Harrison, Beatle com muita paixão por corridas que conheceu Emerson em algum GP da Inglaterra no início dos anos 70 e que se frequentaram em Londres e no Guarujá, inclusive com uma versão da música “Here Comes The Sun” especialmente feita para Emmo logo depois do seu acidente em 1996: https://www.youtube.com/watch?v=hLr5-fzN90A
A lista passa por Juan Manuel Fangio, Jim Clark, Jackie Stewart, Michael Schumacher e Ayrton Senna com quem Emerson, que não gosta de comparações, especialmente entre pilotos, revela uma admiração desde 1976 enquanto testava seu Copersucar em Interlagos e o Ayrton ganhava tudo no kartódromo. Foi Emerson quem deu a dica para o Sr Milton (pai do Ayrton) contatar Ralph Firman, ex-mecânico de Emerson na F3 da equipe de Jim Russel.
Emerson também foi muito amigo do Sid Moscaque ficou mundialmente conhecido por pintar capacetes, principalmente para Senna. Emerson foi o primeiro piloto a competir no exterior com um capacete pintado pelo Sid.
Sid tinha um excelente dom uma perfeita percepção sobre a personalidade de cada piloto: “A pintura do capacete é a outra face do piloto que lhe dá identificação quando está em ação nas pistas.”
Aos 67 anos, Emerson Fittipaldi continua atuando no automobilismo. Em 2014 foi nomeado presidente da Comissão de Pilotos da FIA. Ele também é o “Embaixador” do GP do México que volta à F1 dia 1/11/2015.
Enfim, Emerson Fittipaldi é o piloto brasileiro com essa história espetacular que continua acontecendo e pode nos surpreender de novo a qualquer momento, pois parece que Emerson gostaria de formar um trio com o sobrinho Christian e o neto Pietro…
Com uma família que tem herdeiros de sobra para manter a tradição no automobilismo, Emerson se realiza atualmente como conselheiro do filho Emmo e dos netos Pietro e Enzo, nos privilegiando com novos talentos para a história do automobilismo brasileiro.
O “corredor de automóvel” Emerson Fittipaldi tem sua história contada no documentário “O Fabuloso Fittipaldi”, de 1974, um filme de Roberto Farias e Hector Babenco cuja abertura pode ser vista no https://www.youtube.com/watch?v=ugTnsRTbLG8
Emerson é um material humano incrível e terá sua história contada num novo filme: “The Name is Fittipaldi” http://velocidade.org/2015/05/the-name-is-fittipaldi-crowdfunding/
“Rato” para os brasileiros, “Emmo” para os americanos, o respeitado senhor das pistas é um dos mais vitoriosos automobilistas brasileiros da história. Representante mais ilustre de um vitorioso clã da velocidade, Emerson Fittipaldi é um dos maiores nomes do automobilismo brasileiro e mundial em todos os tempos.
Emerson Fittipaldi foi o primeiro brasileiro a se tornar campeão mundial de Fórmula 1 (em 1972 e bi em 1974) e da Fórmula Indy (1989). Bicampeão das 500 milhas de Indianápolis em 1989 e 1993. Venceu o Grande Prêmio do Brasil em 1973 (pela Lotus) e em 1974 (pela McLaren).
Emerson Fittipaldi é o único brasileiro e um dos poucos pilotos da história da Fórmula 1 a vencer um grande prêmio em seu ano de estréia.
Foi, durante 33 anos, o mais jovem campeão mundial de Fórmula 1 de todos os tempos (até 2005, quando Fernando Alonso foi campeão, que por sua vez, foi batido por Lewis Hamilton em 2008, e atualmente, o detentor da marca é o piloto Sebastian Vettel, que venceu o Mundial em 2010).
Ao longo da carreira na Fórmula 1, foram 149 Grandes Prêmios, 14 vitórias, 6 pole positions e 6 melhores voltas. Na Fórmula 1, Emerson correu pela Lotus, pela McLaren e em sua própria equipe.
Ao longo de seus quarenta anos de carreira no automobilismo, o piloto viveu momentos de pesadelo e glória. Enfrentou os tempos heróicos e perigosos deste esporte, investiu num sonho brasileiro e encarou a morte de perto. Nas contas dele mesmo, do tempo que começou a correr até parar, Emerson perdeu 35 colegas. Ele próprio sobreviveu a um grave acidente em 1996.
Sem muita tecnologia e segurança, valia a percepção do piloto sobre todo o carro, passada para a equipe a cada parada no box. A busca do limite provocava o risco permanente de acidente.
Típica tocada de Emerson: na espera, sem cometer erros, contando com acidentes e quebras dos adversários; Fittipaldi era um piloto que sabia como poucos se valer das circunstâncias de uma corrida.
Moto, kart, Fórmula Ve, Fórmula Ford, F3 Inglesa, Fórmula 1, Fórmula Indy e em todas as demais categorias em que “brincou”, Emerson é um dos pilotos mais carismáticos, influentes e bem-sucedidos do automobilismo.
Emerson é um dos caras que pilotavam Fórmula 1 nos anos 70 e isso não é pouca coisa.
Atualmente, entre religião, esporte e comida macrobiótica, a genialidade de Emerson Fittipaldi continua dentro e fora das Pistas.
Portanto, como tantos especialistas* já escreveram, resumir Emerson Fittipaldi é gratificante pela riqueza de sua própria estória automobilística.
(*vale citar, como sempre, Rodrigo “A Mil” Mattar e Flávio “GP” Gomes, além de Paulo Roberto Peralta no “bandeiraquadriculada” e Lemyr Martins, na edição especial da Revista RACING)
Forte aBRAÇO
Mosaico do Rato
Fábio Gomara, o Binho, 53 anos, piloto amador desde 1984, tem emoção de sobra para contar o que sentimos de tão legal no mundo das corridas.
Esperamos agradar o suficiente para fazer com que quem não conhece, pesquise (porque vai gostar) e para quem já conhece, lembrar mais uma vez.
Participe acompanhando com críticas e sugestões.
{module Outras Colaborações – Binho}
Segue a lista completa dos links de pesquisa desta matéria:
Emerson Fittipaldi https://pt.wikipedia.org/wiki/Emerson_Fittipaldi
Emerson Fittipaldi por Paulo Roberto Peralta http://www.bandeiraquadriculada.com.br/Emerson_Fittipaldi.htm
Emerson Fittipaldi por Marcelo Rozenberg e Marcos Júnior http://terceirotempo.bol.uol.com.br/que-fim-levou/emerson-fittipaldi-3165
Biografia de Emerson Fittipaldi http://www.e-biografias.net/emerson_fittipaldi/
Emerson resume sua história http://forasdeserie.com/episodio/emerson-fittipaldi
Emerson Fittipaldi http://www.nobresdogrid.com.br/site/index.php?option=com_content&;;;;;view=article&id=56:emerson&catid=37:a-conquista-da-f1&Itemid=37
Acervo ESTADÃO http://acervo.estadao.com.br/noticias/personalidades,emerson-fittipaldi,939,0.htm
Automobilismo brasileiro 1968 http://faspnet.com.br/upload/materias_especiais/1968_Clark_Achcar_Bino_Bi%20de%20Peroba_B rasi/1968_Clark_Achcar_Bino_Bi%20de%20Peroba_Brasil.htm
Gênios – Emerson Fittipaldi http://www.autoracing.com.br/genios-emerson-fittipaldi/
Fittipaldi wins at The Glen for Rindt http://en.espn.co.uk/f1/motorsport/story/62083.html
Título da F-1 em 1972, pela Lotus, abriu as portas para os pilotos do país. Após a conquista no GP da Itália, porém, o ‘Rato’ cogitou parar de correr http://sportv.globo.com/site/programas/linha-de-chegada/noticia/2011/09/ha-39-anos-emerson-fittipaldi-mudou-historia-do-automobilismo-brasileiro.html
E com a palavra, Emerson Fittipaldi… Sobre ser campeão… http://entrelinhasf1.blogspot.com.br/2014/09/f1-e-com-palavra-emerson-fittipaldi.html
40 anos do título http://www.revistastatus.com.br/2012/03/05/emerson-fittipaldi/
Mundial da F1 no ano de 1973 http://terceirotempo.bol.uol.com.br/que-fim-levou/mundial-da-f1-1973-6017
Primeiro teste de Emerson na McLaren http://grandprixtest.blogspot.com.br/2012/02/paul-ricard-1973-o-primeiro-teste-de.html
Bicampeonato de Emerson Fittipaldi na F1 completa 37 anos http://esporte.ig.com.br/automobilismo/f1/bicampeonato-de-emerson-fittipaldi-na-f1-completa-37-anos/n1597259857970.html
1974 – o bi, apesar da Ferrari http://www.gptotal.com.br/pilotos/emerson/emerson74_77.htm
Especial GP Brasil de 1974 http://quatrorodas.abril.com.br/grid/noticias/reportagens/geral-especial-gp-brasil-1974-200974_p.shtml
Vinte anos depois, Emerson Fittipaldi relembra última vitória na carreira http://globoesporte.globo.com/motor/noticia/2015/04/vinte-anos-depois-emerson-fittipaldi-relembra-ultima-vitoria-na-carreira.html#atleta-emerson-fittipaldi
Emerson Fittipaldi relata sua última vitória na F1 http://www.redbull.com/br/pt/motorsports/f1/stories/1331736483141/emerson-fittipaldi-relata-sua-%C3%BAltima-vit%C3%B3ria-na-f1
A Genialidade de Emerson Fittipaldi… Dentro e Fora das Pistas http://www.nobresdogrid.com.br/site/index.php?option=com_content&;;;;;view=article&id=341:a-genialidade-de-emerson-fittipaldi-dentro-e-fora-das-pistas&catid=84:coluna-a-f1-do-brasil&Itemid=157
Escuderia Fittipaldi https://pt.wikipedia.org/wiki/Escuderia_Fittipaldi
Equipes Históricas http://rodrigomattar.grandepremio.uol.com.br/tag/emerson-fittipaldi/
Copersucar Rock’n Roll http://flaviogomes.grandepremio.uol.com.br/2015/02/filme/
Emerson Fittipaldi estreou na F-Indy em 1984 e já fez história
http://www.correiodopovo.com.br/blogs/pitlane/?p=15024
Em 1989, Fittipaldi faturou o campeonato de Fórmula Indy e tornou-se o primeiro estrangeiro a ganhar o título em 73 anos http://champcarbrasil.blogspot.com.br/2009/09/1989-emerson-conquista-america.html
Video sobre os 30 anos da primeira vitória na F-Indy http://flaviogomes.grandepremio.uol.com.br/tag/emerson-fittipaldi/
Há exatos 30 anos, Fittipaldi ganhava 500 Milhas de Michigan e se tornava primeiro brasileiro a vencer na Indy http://grandepremio.uol.com.br/indy/noticias/ha-exatos-30-anos-fittipaldi-ganhava-500-milhas-de-michigan-e-se-tornava-primeiro-brasileiro-a-vencer-na-indy
Fittipaldi pilota F-1 da Lotus de 2010 http://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/2013/08/fittipaldi-pilota-f-1-da-lotus-de-2010-e-confessa-e-como-viver-de-novo.html
Ayrton Senna, from the heart – por Emerson Fittipaldi http://www.flatout.com.br/ayrton-senna-do-coracao-por-emerson-fittipaldi/
Emerson Fittipaldi comemora fim de semana de conquistas dos herdeiros http://globoesporte.globo.com/motor/noticia/2015/03/emerson-fittipaldi-comemora-fim-de-semana-de-conquistas-dos-herdeiros.html#atleta-emerson-fittipaldi
Aos oito anos, filho de Emerson Fittipaldi segue os passos do pai nas pistas http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/noticia/2015/06/aos-oito-anos-filho-de-emerson-fittipaldi-segue-os-passos-do-pai-nas-pistas-4785406.html
Emerson celebra sucesso da nova geração Fittipaldi: “Amor pelo esporte” http://globoesporte.globo.com/motor/noticia/2014/09/emerson-celebra-sucesso-da-nova-geracao-fittipaldi-amor-pelo-esporte.html
Fotos legendadas http://www.otempo.com.br/galeria-de-fotos/40-anos-do-bicampeonato-de-emerson-fittipaldi-na-f1-1.931576
Uma Vida em Alta Velocidade http://www.editoras.com/objetiva/480-1.htm
“The Name is Fittipaldi” http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/voando-baixo/post/name-fittipaldi.html#atleta-emerson-fittipaldi
The name is Rato http://flaviogomes.grandepremio.uol.com.br/2015/05/the-name-is-rato/
Original acrylic on board painting. Signed by the artist. http://www.salerato.com/emmo.html
Frases de Emerson Fittipaldi http://www.frasesfamosas.com.br/frases-de/emerson-fittipaldi/
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